As entrevistas são seguramente o instrumento mais relevante  de avaliação em um processo seletivo, uma oportunidade para entrevistador e entrevistado ajustarem suas impressões e alinharem expectativas.

Do ponto de vista do candidato, é necessário que ele esteja preparado para dar as informações completas sobre suas competências, lembrando que não se trata de apenas afirmar que tem expertise nisto ou naquilo. É preciso que saiba como relatar sua experiência.

Primeiramente,  é importante que se prepare, revisando as passagens interessantes de sua trajetória, suas principais realizações, para que seja capaz de descrevê-las de forma sucinta, aproveitando o tempo da entrevista para informar o que é relevante e oportuno.

A importância do  C.A.R completo

Uma realização bem descrita é composta de três elementos básicos, que chamamos de C.A.R : Cenário, Ação e Resultado.

Cenário é o contexto em que o fato ocorreu, o elemento que demonstra o nível de complexidade do desafio, por exemplo: manter o volume de vendas em um cenário de crise representa um desafio maior que fazê-lo em momentos mais favoráveis do mercado.

Ação é o que descreve o que o profissional efetivamente fez. Deve ser relatada usando verbos fortes. Por exemplo: “estruturar”, “criar”, “implantar”, “conduzir”, “definir”, “desenhar” são verbos que comunicam melhor que outros como “apoiar”, “participar”, que carecem de mais explicação: apoiou de que forma? Participou fazendo o quê?

E para relatar ações é importante usar a primeira pessoa. Por uma questão cultural é comum que os profissionais evitem dizer “eu fiz”, mas o contratante precisa saber claramente qual é o âmbito da experiência do candidato, portanto, mesmo ao referir trabalhos feitos em equipe é necessário informar que papel e responsabilidades tinha no grupo e efetivamente o que fez.

E finalmente, o resultado, que pode ser quantitativo e/ou qualitativo e demonstra a solução encontrada, os ganhos obtidos e o valor agregado à empresa e aos stakeholders com a realização. Não suficiente relatar o encadeamento de situações de forma fria, é preciso que o candidato demonstre como chegou ao resultado, enfatize aspectos relevantes, contribuindo para a melhor compreensão do entrevistador.

Capacidade de articulação com pares, liderança de equipe com maior ou menor direcionamento, persistência, habilidade de convencimento, são exemplos de informações que, normalmente, não cabem no currículo, mas que podem ser captadas pelo entrevistador em um relato bem feito.

A visão das competências

À medida que o candidato descreve sua experiência com exemplos pertinentes e claros, dando ênfase aos pontos relevantes e demonstrando sua forma de agir, seus princípios, o entrevistador vai formando imagens a seu respeito.  É como se ele o visse em ação e assim, pode imaginá-lo no contexto da empresa, interagindo com as pessoas e aplicando sua experiência.

Além de buscar saber se o candidato pode oferecer o que ela precisa, a empresa quer conhecer sua atitude.  Quando o candidato  presta informações claras e completas, a entrevista tende a seguir mais tranquila e é desta forma que ambas as partes começam a estabelecer um vínculo de confiança.

Mas atenção! Não se deve detalhar toda a história de carreira na entrevista. Isto vale quando for solicitado pelo entrevistador, mas o tempo disponível é curto e apegar-se apenas ao relato cronológico da trajetória profissional não desperta o interesse do entrevistador e pode deixar o discurso longo demais, carregado de detalhes sem importância para a ocasião.

Entrevistas bem conduzidas  partem de um roteiro de perguntas para investigar se o candidato apresenta as competências necessárias para a posição. É favorável que o candidato, sempre que possível, estude a descrição da vaga, pesquise sobre a empresa , mas especialmente, que ponha intenção em tudo o que disser,  oferecendo exemplos com o C.A.R completo, de forma que o entrevistador identifique  com clareza as competências que está procurando.

 

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